10 de outubro de 2009

Tecnologia a serviço da educação


É preciso saber usar os computadores a favor do aprendizado

O computador tem se tornado cada vez mais comum nas escolas públicas brasileiras, Até 2010, 93% das intuições de ensino vão contar com essa tecnologia, prevê o Ministério da Educação (MEC). Entretanto, apenas ter as máquinas nas escolas não representa ganho para o aprendizado dos alunos. Para o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Antonio Carlos Xavier, “o computador em si é apenas uma ferramenta sem qualquer compromisso educacional. O educador é quem deve visualizar todo o potencial pedagógico latente dessa tecnologia e usá-la a seu favor”. Segundo ele, para muitos professores, o computador ainda é “uma caixa preta, uma máquina inatingível e até mesmo um concorrente”, o que cria barreiras para o uso adequado desse recurso em muitas salas de aula.

Antonio Carlos Xavier considera ainda que a sociedade está vivendo o século da informação e não se pode mais ignorar que as tecnologias digitais permeiam irreversivelmente a vida social, econômica e educacional das pessoas. Nessa perspectiva, a escola teria papel fundamental no ingresso dos alunos na chamada “Era Digital”. Ele alerta, porém, que, “de nada adianta inaugurar laboratórios de informática de última geração, se os professores mal sabem digitar um texto no Word”. Daí a importância de cursos de formação que orientem os docentes, apresentando-lhes as melhores maneiras de se usar a tecnologia no cotidiano escolar. “É necessário que alguém incentive esse fazer, ‘pegue na mão’ do professor e conduza-o, passo a passo, de modo a fazê-lo acreditar no quanto o computador pode ser um poderoso aliado no processo de aprendizagem do próprio mestre e, por consequência, de seus alunos.

Desde 1997, o MEC desenvolve o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo), com o objetivo de promover o uso pedagógico das tecnologias da informação e comunicação na rede pública de educação básica. De acordo com o diretor de infra-estrutura em Tecnologia Educacional da Secretaria de Educação a Distância do MEC, José Guilherme Moreira, além da distribuição de computadores para as escolas, o Proinfo também promove cursos de capacitação. “Atualmente, 328 mil professores e gestores estão sendo capacitados para o uso das tecnologias de comunicação e de informação nas escolas,” afirma.

Na escola

Os professores precisam estar atentos ao tipo de atividade que irão desenvolver com seus alunos. As tarefas propostas devem ser interessantes de modo que, além de atraírem a atenção dos estudantes, abordem assuntos importantes para sua formação. “Não basta levar os alunos para um laboratório de informática e pedir para que digitem uma redação no Word ou deixá-los pesquisar um tema na internet sem supervisão”, adverte Antônio Carlos Xavier. Outro ponto importante é deixar claro que as aulas com computadores não representam apenas diversão. Para tanto, é fundamental que as tarefas tenham objetivos definidos e que os resultados sejam cobrados.

Atento a essas questões, o professor de informática, Roberto Corrêa, do Colégio Neusa Rocha, em Belo Horizonte (MG), planeja suas aulas em conjunto com docentes de outras disciplinas. Além dessas aulas conjugadas, Roberto Corrêa faz uso de softwares educativos. Em um desses programas, o estudante cria uma cidade virtual e é o responsável pelo saneamento básico, construção de ruas e avenidas, criação de leis e geração de empregos, conta o professor. Para ele, “esse tipo de atividade permite que o aluno adquira habilidades em diversos campos do conhecimento, como geografia e matemática”.

Outro exemplo interessante de uso da tecnologia em sala de aula é o trabalho realizado pela professora Silvia Terezinha Rocha, que dá aulas de matemática e ciências também no Colégio Neusa Rocha. Todos os anos, ela realiza uma feira de cultura, sempre em parceria com o professor de informática. Ano passado o tema do projeto foi receitas culinárias de diversos países do mundo. Silvia conta que os alunos pesquisaram as características das nações e as comidas típicas de cada lugar. O resultado desse trabalho foi um livro de receitas entregue para as famílias dos estudantes. De acordo com a professora, o segredo para o sucesso do trabalho é não perder de vista os resultados: “é preciso que o aluno apresente as conclusões em forma de relatório, avaliação ou apresentação para a turma”.

Copiar e colar

Muitos professores afirmam que não utilizam o computador nas aulas porque os alunos ficam dispersos ou se valem da famosa prática do “copia e cola”. Para Antonio Carlos Xavier, a prática do plágio é anterior ao advento do computador, a nova tecnologia apenas facilitou esse processo. Ele afirma que “cabe ao professor propor atividades que evitem isso”. O docente precisa sugerir tarefas que levem os estudantes a consultar diferentes fontes de informação, inclusive a internet, mas que resultem numa síntese produzida pelo aluno e avaliada pelo professor.

É importante também ensinar aos estudantes que, além de ser um crime, a cópia é um atalho que não vale a pena, pois não há investimento intelectual e, consequentemente, os conteúdos não são aprendidos. “É preciso mostrar-lhes como é gratificante contemplar o produto do próprio esforço materializado diante dos seus olhos.” Mas, caso haja dúvida se o trabalho é mesmo de autoria do aluno, o docente, antes de avaliar, pode colocar um trecho do texto em um site de busca na internet.

Autor: Aline Diniz
Fonte: http://www.ceale.fae.ufmg.br/noticias_ler_materia.php?txtId=574

Um comentário:

  1. A passos hiper-rápidos, para onde ??????
    Tanta tecnologia, respostas imediatas, resultados virtuais, atrofiamento mental. Nossos jovens não conseguem mais ter um pensamento fundamentado no real, sua vida passa por um fio e termina às vezes em realidades cada vez mais tristes (depressão, criação ilusória de poder e decisão, egocentrismo, esquizofrenia, psicossomática, etc...) onde o componente pensamento fica cada vez mais afastado de sua capacidade natural de reagir a condições inesperadas, perguntas, respostas, ai a violência e a contradição se fazem presente, e todos se perguntam como erradicar estes procedimentos. Hoje é preferível postergar as soluções e deixar acontecer, mostrar e deixar acontecer, porque cada vez mais ficam escassos os meios para se consolidar soluções, pois que a cegueira do poder encobre suas sensações prazerosas e dilaceram em apresentações enfadonhas os acontecimentos, e, logo caem na omissão de todos com conceitos de coitado, piedade cruel e viscosa.
    E se hoje a energia elétrica, solar ou outra estiver fora de questão, como vão se conectar uns aos outros ??? É preciso voltar atrás, há situações que envolvem diretamente o raciocínio, o sentir, expor, e isso somente de forma presencial pode ser adquirido, porque a capacidade de pesquisar, conhecer e inquirir é o motor principal dos seres e não a energia que os liga (amor, verdade, solidariedade, etc...). Os pensamentos, sentimentos, reações estão intimamente ligados na mente e não nos teclados, joysticks, ou dispositivos eletro-eletrônicos, assim a mente continua atrofiando e criando verdadeiros zumbis mortíferos e vorazes assassinos, visto que estão inertes e imunes a questões práticas do amor, piedade, da paz e da dor. Precisamos pensar efetivamente no que queremos e estamos fazendo, criando novos confortos ou destruindo capacidades de uso de nossos filhos.
    www.autorespaci.blogspot.com (visite e leia o restante do texto)

    ResponderExcluir

Obrigado por interagir. Responderemos o mais breve possível.