9 de abril de 2010

Nem tão queridos assim

Blogs // Pesquisas e estudos cada vez mais frequentes dão conta de que a garotada já não morre de amores pelas páginas que se lançaram como diários online. A onda agora é postar e receber um feedback de imediato. Nas redes sociais

Thayse Boldrini // Especial para o Diario de Pernambuco
thayseboldrini.pe@dabr.com.br

O estudante Jayme Mitchell, 19 anos, faz parte do grupo de jovens que só teve acesso à internet um pouco mais tarde. Mas, nada que o impedisse de navegar na maior rede de informações do mundo.

As aulas de informática, a casa de parentes e amigos sempre foram um refúgio para que ele ficasse antenado com as novidades da web.

Por mais que só viesse a ter acesso na própria residência em 2008, o contato com as redes socias começou cedo. Ele criou contas para o Orkut, Twitter, Facebook e My Space, além do tradicional MSN (messenger), porém quanto mais o tempo passava, o blog era escanteado. O motivo seria a falta de interesse para escrever? Não. Como um bom estudante de jornalismo, Jayme conta que o feedback que tinha com os visitantes da plataforma era de forma mais lenta, e nem sempre contava com os comentários que almejava. "Os profissionais passaram a tomar conta dos blogs para fazer uso como sites institucionais ou espaços em que eles poderiam discutir assuntos um pouco mais complexos", conta Antônio Xavier, coordenador de hipertexto da Universidade Federal de Pernambuco.

Em meados de 1999, os blogs já não tinham o caráter de informalidade, função para a qual eles foram criados, e assim a popularização como diário de bordo, no qual a maioria dos jovens contava experiências e histórias postadas em textos bem escritos, perdeu lugar para as redes sociais. Por sua vez, os microblogs conquistaram espaço na web, tomando as atenções daqueles que não economizavam linhas. Esse comportamento vem ganhando tanto destaque mundo afora que começam a surgir pesquisas neste sentido. Uma delas acaba de ser divulgada pelo Pew Research Center. Para constatar essa linha de raciocínio, o estudo da instituição norte-americana pesquisou jovens com faixa etária entre 12 e 17 anos que já começaram a aderir às mensagens instantâneas e ultrarrápidas.

Enquanto as pessoas se comunicavam via email, num passado recente, e demoravam algumas horas, dias ou semanas para obter retorno, a comunicação da nova geração tem um diferencial um tanto quanto veloz. Acessou, clicou, abaixou a barra de rolagem, e pronto: você já tem a informação que esperava em minutos, ou até mesmo segundos. "O Brasil é um dos países em que os jovens permanecem conectados o tempo todo. A nossa era está calcada na velocidade da informação, na informação em tempo real. Se não nos adaptarmos a esse novo ciclo de interação, ficamos fora do cenário da nova realidade. Os jovens encontraram uma nova maneira de socializar e manter contato periodicamente", ressalta Xavier.

Em contrapartida, ainda existe uma pequena parcela de jovens que mantém o hábito da leitura assídua por informações inéditas, estas que, na maioria das vezes, só serão encontradas nos blogs especializados. Há os que preferem ler sobre moda, outros sobre celebridades, outros sobre crônicas. Para Olívia Cribari, não é diferente. Ela salva uma lista de blogs que fala sobre música em seus favoritos no computador. "Por mais que o blog tenha se banalizado, eu não deixo de acessar aqueles que me trazem informações, muitas vezes inéditas sobre música. As novidades da banda favorita estarão lá, atualizadas para qualquer pessoa entrar e ler um texto mais descontraído. É comum inclusive o blog publicar a informação em primeira mão, antes mesmo dos meios de comunicação tradicionais", conta ela.

Link para a matéria: http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/03/10/info1_0.asp

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