9 de dezembro de 2010

Simpósio na Mídia - Revista Continente

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Pierre Lévy ouve cantoria e fala de “inteligência coletiva”
Escrito por Marcelo Abreu

O filósofo francês Pierre Lévy fez nesta quinta-feira à noite sua primeira palestra no Recife, ao participar do Terceiro Simpósio de Hipertexto e Tecnologias da Educação, que acontece na Universidade Federal de Pernambuco. Falando sobre o tema “Do hipertexto opaco ao transparente”, Lévy, que atualmente coordena a pesquisa em inteligência coletiva na Universidade de Ottawa, no Canadá, fez uma exposição de uma hora e meia na Concha Acústica da universidade, que tinha apenas metade do seu espaço ocupado. O simpósio tem entrada paga e reúne professores e pesquisadores, sobretudo das áreas de educação e lingüística.

Para demonstrar o seu conceito mais conhecido, o da “inteligência coletiva”, Pierre Levy explicou detalhadamente o que chama de “ciclo de gerenciamento do conhecimento pessoal”, processo pelo qual as pessoas lidam com a massa de informações existente no mundo. Para ele, esse ciclo passa por várias etapas como o gerenciamento de atenção, a conexão com fontes confiáveis. a categorização e a síntese.

Reconhecendo os problemas agravados pela emergência da cultura digital, Levy reconheceu que o volume de informações existentes hoje é como “uma biblioteca bagunçada”. Para ele, “esta é a situação da internet atualmente”.

Falando vagarosamente, em inglês, Pierre Lévy procurou ser didático. Mesmo assim, uma parte do público não acompanhou a palestra com atenção até o fim. Afinal, como filósofo do futuro, a fala de Lévy é pontuada por projeções, modelos fictícios, jogos, referências constantes à biologia, umas pitadas de lingüística, e envolve uma variedade de disciplinas que torna difícil o seu completo entendimento por pesquisadores especializados em áreas específicas.

Ao explicar as fases do desenvolvimento do mundo digital, Lévy afirmou que, depois da invenção do computador nos anos 50, da popularização da internet na década de 80 e da criação da Web nos anos 90, vai chegar a vez do que chama de “esfera semântica”, por volta do ano de 2015. É quando, segundo ele, um novo código, desta vez transparente, vai gerar o que chama de “metadados”, um sistema “mais poderoso até do que uma língua natural”.

Após a conferência, Lévy debateu algumas de suas idéias como o professor Sébastien Joachim, da UFPE, e respondeu perguntas da plateia. Antes da palestra, assistiu junto com o público a uma curta apresentação dos cantadores de viola Edmilson Ferreira e Antônio Lisboa que improvisaram sobre o tema do hipertexto e da cultura digital, fazendo elogios às novidades, como era de bom tom no evento.

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