Os especialistas franceses Imad Saleh e Philipe Bootz estarão pela primeira vez na capital pernambucana para discutir estratégias de gestão da leitura e da fragmentação de textos nas redes sociais.
Um novo tipo de interdisciplinaridade está entrando em cena e não será mais pautado pela simples troca de conhecimentos. Surge, então, a demanda pelo desenvolvimento de interfaces entre as ciências exatas e as humanas bem como entre as ciências pertencentes a um mesmo campo. Nesse contexto, é necessário refletir sobre como os educadores, fazendo uso do ciberespaço e das redes sociais, podem satisfazer esta demanda.
Com o objetivo de agregar as mais diferentes comunidades em torno da reflexão sobre este novo universo hipertextual, será realizado o 4º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação. O evento, cujo tema é Comunidades e Aprendizagem em Rede, acontecerá na Universidade Federal de Pernambuco entre 13 e 15 de novembro de 2012.
O Simpósio Hipertexto traz pela primeira vez ao Recife os pesquisadores franceses Imad Saleh e Philipe Bootz, duas das maiores referências mundiais na discussão sobre a aplicação de tecnologias na educação em rede. Ambos são integrantes do Departamento de Hipermídia e Comunicação, da Universidade Paris VIII, um dos centros de excelência no estudo das tecnologias aplicadas à educação.
Imad Saleh é diretor do laboratório multidisciplinar Paragraphe, cujo objetivo é investigar como as tecnologias da informação e da comunicação se inserem no quotidiano. Para isso, Saleh e sua equipe estimulam afinidades entre ciências de interesses até então diversos como a ergonomia, a sociologia e a filosofia, além dos tradicionais diálogos com a ciência cognitiva e a linguística.
Philipe Bootz, doutor em Física pela Université Lille I, pesquisa os diferentes tipos de execução de um texto com auxílio de máquinas, sejam nos formatos de software ou de hardware. O ponto de partida do pesquisador é a ideia de que ao se estabelecer um caminho de leitura outros são interditados. Segundo Bootz, a interação entre texto e tecnologia implica desenvolver estratégias que permitam ou proíbam o acesso a diferentes interpretações de texto.
Neste sentido, o texto deixa de ser encarado como plataforma fixa (a exemplo do registro escrito) e passa a ser concebido como uma estratégia de comportamento e adaptação. “O texto desenvolve diferentes legibilidades conforme se torna compatível a diferentes plataformas tecnológicas”, explica Bootz. Além de ser especialista na gestão de processos de leitura em ambientes virtuais, Philipe Boots pesquisa o gerenciamento das fragmentações às quais uma obra está sujeita ao se inserir no fluxo das redes sociais.
Inscrições – As inscrições para o 4º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação ainda estão abertas e podem ser feitas no site http://www.hipertexto2012.com.br. O evento acontece em novembro, mas o prazo para envio de resumos encerra no próximo dia 30 de junho de 2012.
Mais informações sobre os pesquisadores
Philipe Boots: http://www.olats.org/colloque/participants/bootz/index.shtml
Imad Saleh: http://imadsaleh.info/
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