8 de novembro de 2013

Simpósio Hipertexto reúne pesquisas sobre aprendizagem móvel



O evento traz pesquisas sobre temas como Mobile-Learning, Cidades Inteligentes e discute os desafios e conquistas da combinação entre aprendizagem dentro e fora da escola

Por Cláudio Eufrausino e Karla Vidal

Caso Paulo Freire tivesse convivido com celulares, iPods e tablets, teria provavelmente investigado a capacidade desses dispositivos de tornar realidade uma aprendizagem móvel, capaz de superar a ideia de que o conhecimento é medido pelo depósito de informações nas mentes. Este mesmo tipo de inquietação intelectual perpassa os quase 500 trabalhos apresentados, por pesquisadores do Brasil e de outros países, durante a 5ª edição do Simpósio Hipertexto, que acontece na área do Centro de Convenções da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), entre os dias 13 e 15 de novembro. Como tema: Aprendizagem Móvel Dentro e Fora da Escola.

Durante o Simpósio, também ocorrerá o 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias. Farão check-in no evento pesquisadores internacionais como Jim Lengel, da Universidade de Nova York, Ana Amélia Carvalho, da Universidade de Coimbra e Stephane Simonian, da Universidade de Lyon. Estudiosos de renome nacional como José Manuel Moran, da Universidade de São Paulo (USP) e Antônio Carlos Xavier, da Universidade Federal de Pernambuco, também têm presença confirmada.

Uma das principais discussões do evento é a reflexão sobre as diferentes combinações que alunos e professores podem fazer entre aprendizagem presencial e aprendizagem assistida pelo computador, além do papel das tecnologias móveis na relação entre estes dois tipos de aprendizagem. Esta problemática é abordada em pesquisas sobre o ensino-aprendizagem de língua estrangeira, a exemplo do trabalho da pesquisadora Gisele Luz Cardoso (IFSC/GASPAR), intitulado A abordagem híbrida no ensino-aprendizagem de vocabulário em Língua Inglesa.

Num diálogo com a Neurociência, Rafael Vetromille-Castro (UFPel) investiga como as tecnologias da comunicação podem, inspiradas pelo modelo das redes neurais, construir estratégias de interação entre o conhecimento dentro e fora do ambiente escolar.

Em sua conferência, Luciano Meira (UFPE) traz o polêmico tema A falência da aula e a reinvenção da escola. O professor falará sobre como arranjos sociais construídos por meio de redes sociais virtuais e da mobilidade da comunicação, utilizam a diversão como forma de aprendizagem e causam a falência de modelos de educação escolar baseados em metáforas de “transmissão do conhecimento”, “absorção de informação e “retenção da aprendizagem”.

Cidades Inteligentes – O uso de tecnologias de comunicação e informação (Tics) para otimizar a vida urbana em seus diversos aspectos como tráfego, segurança, educação, saúde, consumo de água e energia fundamenta o conceito de Cidades Inteligentes (Smart Cities). O pesquisador Kiev Gama (CIn/UFPE), com base nesse conceito, pergunta-se como a educação se insere no contexto e quais as mudanças pelas quais deve passar o ensino-aprendizagem a fim de contribuir com a proposta das Cidades Inteligentes.

Mobile Learning - Ana Amélia Carvalho (Universidade de Coimbra, Portugal) apresenta suas pesquisas sobre como o intercâmbio de arquivos digitais, por meio do podcasting, e os jogos de computadores contribuem para aprimorar a relação ensino-aprendizagem. A pesquisadora portuguesa também debate sobre as estratégias dos professores para se adaptarem à evolução tecnológica da era do Mobile-Learning.

Do Facebook para a universidade – Diminuindo a distância entre a academia e os famosos personagens da internet, as estudantes Mayara Crystina Rego da Silva e Dayana dos Santos Costa, da Universidade Federal do Maranhão, propõem o pôster digital A identidade nordestina na escrita na web: uma análise do discurso da fanpage Suricate Seboso, que faz uma análise da linguagem empregada nos textos da fanpage Suricate Seboso, famosa na rede social. Ainda sobre o Facebook a pesquisadora Iara Sanches Rosa, do Centro Universitário Módulo, apresentará a comunicação coordenada Clique Cliquet, o Facebook ensina você, que vai mostrar como a rede social pode ser utilizada como espaço de compartilhamento de saberes.

"O Simpósio Hipertexto colabora para que professores e estudantes saibam como enfrentar as  mudanças geradas pela constante mutação das tecnologias no ensino e na aprendizagem", explica o coordenador do Simpósio Antônio Carlos Xavier.

Exposições e Debates

Além das conferências e mesas-redondas, restritas ao público inscrito, a programação do Simpósio Hipertexto oferece a comunidade acadêmica atividades abertas à visitação, entre elas as sessões de comunicação oral e as apresentações de pôsteres digitais. As sessões de comunicação acontecem durante os três dias do evento, em diferentes horários. Os interessados podem acessar a programação completa no link: http://www.simposiohipertexto.com.br/programacao/programacao-geral/

Outro ambiente aberto à visitação do público é o Espaço Artes Digitais e Tecnologias Educacionais que vai reunir os 10 projetos melhor avaliados na segunda edição do Prêmio Artes Digitais e Aplicativos Educacionais (Prêmio Hipertexto2013). A exposição dos projetos vai estar montada no Hall do Centro de Convenções da UFPE (Cecon/UFPE), entre os dias 13 e 15 de novembro. No mesmo local está programado o Lançamento Coletivo de Livros. Na ocasião os autores estarão presentes autografando exemplares e interagindo com o público.

Além das atividades acadêmicas o público presente também poderá visitar os stands de venda de livros e artesanato. Para finalizar as atividades estão programados sorteios e premiações. O destaque ficará por conta da entrega do Troféu Luiz Antonio Marcuschi ao autor da apresentação de pôster digital melhor avaliada pela comissão científica do evento. Os pôsteres digitais são apresentados exclusivamente por alunos da graduação como forma de estímulo a produção científica dos estudantes.

O encerramento do evento contará ainda com show acústico do cantor Maciel Melo.

Mais Informações


Realização
Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologia Educacional (NETHE/UFPE), Grupo Ciências Cognitivas e Tecnologia Educacional (CCTE/UFPE), Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL/UFPE), Programa de Pós-Graduação em Ciências da Computação (Cin/UFPE)

Apoio:


Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Pró-Reitoria para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESQ/UFPE), Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), Departamento de Letras, Editora Universitária, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco, Porto Digital, Pipa Comunicação, Redu - A Rede Social Educacional, Associação Brasileira de Estudos de Hipertexto e Tecnologia Educacional (Abehte).

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