O evento traz pesquisas sobre temas como Mobile-Learning, Cidades
Inteligentes e discute os desafios e conquistas da combinação entre
aprendizagem dentro e fora da escola
Por
Cláudio Eufrausino e Karla Vidal
Caso Paulo Freire tivesse
convivido com celulares, iPods e tablets, teria provavelmente investigado a
capacidade desses dispositivos de tornar realidade uma aprendizagem móvel,
capaz de superar a ideia de que o conhecimento é medido pelo depósito de
informações nas mentes. Este mesmo tipo de inquietação intelectual perpassa os
quase 500 trabalhos apresentados, por pesquisadores do Brasil e de outros
países, durante a 5ª edição do Simpósio
Hipertexto, que acontece na área do Centro de Convenções da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE), entre os dias 13 e 15 de novembro. Como tema: Aprendizagem Móvel Dentro e Fora da Escola.
Durante o Simpósio,
também ocorrerá o 1º Colóquio
Internacional de Educação com Tecnologias. Farão check-in no evento
pesquisadores internacionais como Jim
Lengel, da Universidade de Nova York, Ana
Amélia Carvalho, da Universidade de Coimbra e Stephane Simonian, da Universidade de Lyon. Estudiosos de renome
nacional como José Manuel Moran, da Universidade de São Paulo (USP) e Antônio
Carlos Xavier, da Universidade Federal de Pernambuco, também têm presença
confirmada.
Uma das principais
discussões do evento é a reflexão sobre as diferentes combinações que alunos e
professores podem fazer entre aprendizagem presencial e aprendizagem assistida
pelo computador, além do papel das tecnologias móveis na relação entre estes
dois tipos de aprendizagem. Esta problemática é abordada em pesquisas sobre o
ensino-aprendizagem de língua estrangeira, a exemplo do trabalho da
pesquisadora Gisele Luz Cardoso (IFSC/GASPAR), intitulado A abordagem híbrida no ensino-aprendizagem de vocabulário em Língua
Inglesa.
Num diálogo com a
Neurociência, Rafael Vetromille-Castro (UFPel) investiga como as tecnologias da
comunicação podem, inspiradas pelo modelo das redes neurais, construir
estratégias de interação entre o conhecimento dentro e fora do ambiente
escolar.
Em sua conferência,
Luciano Meira (UFPE) traz o polêmico tema A
falência da aula e a reinvenção da escola. O professor falará sobre
como arranjos sociais construídos por meio de redes sociais virtuais e da
mobilidade da comunicação, utilizam a diversão como forma de aprendizagem e
causam a falência de modelos de educação escolar baseados em metáforas de
“transmissão do conhecimento”, “absorção de informação e “retenção da aprendizagem”.
Cidades Inteligentes – O uso de tecnologias de comunicação e informação (Tics) para
otimizar a vida urbana em seus diversos aspectos como tráfego, segurança,
educação, saúde, consumo de água e energia fundamenta o conceito de Cidades Inteligentes (Smart Cities).
O pesquisador Kiev Gama (CIn/UFPE), com base nesse conceito, pergunta-se como a
educação se insere no contexto e quais as mudanças pelas quais deve passar o
ensino-aprendizagem a fim de contribuir com a proposta das Cidades Inteligentes.
Mobile Learning - Ana Amélia Carvalho (Universidade de Coimbra, Portugal) apresenta
suas pesquisas sobre como o intercâmbio de arquivos digitais, por meio do
podcasting, e os jogos de computadores contribuem para aprimorar a relação
ensino-aprendizagem. A pesquisadora portuguesa também debate sobre as
estratégias dos professores para se adaptarem à evolução tecnológica da era do
Mobile-Learning.
Do Facebook para a universidade – Diminuindo a
distância entre a academia e os famosos personagens da internet, as estudantes
Mayara Crystina Rego da Silva e Dayana dos Santos Costa, da Universidade
Federal do Maranhão, propõem o pôster digital A identidade nordestina na escrita na web: uma análise do discurso da
fanpage Suricate Seboso, que faz uma análise da linguagem empregada nos
textos da fanpage Suricate Seboso, famosa na rede social. Ainda sobre o
Facebook a pesquisadora Iara Sanches Rosa, do Centro Universitário Módulo,
apresentará a comunicação coordenada Clique
Cliquet, o Facebook ensina você, que vai mostrar como a rede social pode
ser utilizada como espaço de compartilhamento de saberes.
"O Simpósio
Hipertexto colabora para que professores e estudantes saibam como enfrentar
as mudanças geradas pela constante mutação das tecnologias no ensino e na
aprendizagem", explica o coordenador do Simpósio Antônio Carlos Xavier.
Exposições e Debates
Além das conferências e mesas-redondas,
restritas ao público inscrito, a programação do Simpósio Hipertexto oferece a comunidade
acadêmica atividades abertas à visitação, entre elas as sessões de comunicação
oral e as apresentações de pôsteres digitais. As sessões de comunicação
acontecem durante os três dias do evento, em diferentes horários. Os
interessados podem acessar a programação completa no link: http://www.simposiohipertexto.com.br/programacao/programacao-geral/
Outro ambiente aberto à visitação do público é
o Espaço Artes Digitais e Tecnologias Educacionais que vai reunir os 10 projetos
melhor avaliados na segunda edição do Prêmio
Artes Digitais e Aplicativos Educacionais (Prêmio Hipertexto2013). A exposição dos projetos vai
estar montada
no Hall do Centro de Convenções da UFPE (Cecon/UFPE), entre os dias 13 e 15 de
novembro. No mesmo local está programado
o Lançamento Coletivo de Livros. Na
ocasião os autores estarão presentes autografando exemplares e interagindo com
o público.
Além das atividades acadêmicas o
público presente também poderá visitar os stands de venda de livros e
artesanato. Para finalizar as atividades estão programados sorteios e
premiações. O destaque ficará por conta da entrega do Troféu Luiz Antonio Marcuschi ao autor da apresentação de pôster
digital melhor avaliada pela comissão científica do evento. Os pôsteres
digitais são apresentados exclusivamente por alunos da graduação como forma de
estímulo a produção científica dos estudantes.
O encerramento do evento contará
ainda com show acústico do cantor Maciel Melo.
Mais Informações
Website: www.simposiohipertexto.com.br
Realização
Núcleo de Estudos de Hipertexto
e Tecnologia Educacional (NETHE/UFPE), Grupo Ciências Cognitivas e Tecnologia
Educacional (CCTE/UFPE), Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL /UFPE),
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Computação (Cin/UFPE)
Apoio:
Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), Pró-Reitoria para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESQ/UFPE),
Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe),
Departamento de Letras, Editora Universitária, Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação, Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de
Pernambuco, Porto Digital, Pipa Comunicação, Redu - A Rede Social Educacional,
Associação Brasileira de Estudos de Hipertexto e Tecnologia Educacional
(Abehte).
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